Olá chamo-me Carla Ferreira e nasci com paralisia cerebral que me afectou a coordenação dos movimentos e a fala por isso criei este blog onde exprimo meus sentimentos
segunda-feira, 20 de março de 2017
terça-feira, 14 de março de 2017
‘Calçada de Carriche’ de António Gedeão
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
quinta-feira, 9 de março de 2017
São pessoas como tu
São pessoas como tu
Que nos fazem inspirar
São pessoas como tu
Que respiram o mesmo ar
São pessoas como tu
Que nos estendem os braços
Que nos apertam até o peito em musica se transformar
São pessoas como tu
Que não nos pedem nada
Mas têm tudo para nos dar
São pessoas como tu
Que nos vêm ensinar
A ser homens e mulheres com estrutura de vida
São pessoas como tu
Que nos vêm mostrar
Que somos capazes da beleza e da justiça
São pessoas como tu
Que nos ajudam a valorizar
O sofrimento e o amor
São pessoas como tu
Que nos ajudam a interrogar
E respostas encontrar
Nos nossos olhos e coração.
São pessoas como tu
Que por toda a parte deixam uma flor
Para levar ternura e beleza seja onde for
São pessoas como tu
Que nos ajudam a não sentir medo
São pessoas como tu
Que nos ajudam a escutar um violino
A transformar o mundo
E a valorizar o nosso hino.
terça-feira, 7 de março de 2017
Ladrão de amor
Levo todo o meu amor
Dentro do meu coração
Um amor que não é meu
Porque agora é do teu coração.
Acho que já te pertencia
Antes de te conhecer
E de tanto amor te dar
Acabei por empobrecer.
Não te posso culpar
De meu amor roubar
Ele já era teu
Antes de conhecer teu olhar.
Perdoo teu ladrão
Pelo assalto ao meu coração
Não se aproveitas ou não
Todo amor que te dei para a mão.
Carly
Carly
Ao lado um do outro
Ao lado um do outro
Nosso amor vemos nas estrelas espalhadas
A escuridão da noite
Destapa a pureza de nossas almas envergonhadas
A chuva cai fresca
Sobre nossos corpos quentes
E por entre as folhas
Passam estrelas cadentes.
Estou maravilhada com a paz
A suave paz que reina aqui
Enquanto dormes tranquilo
Meus olhos não saem de ti.
Carly
segunda-feira, 6 de março de 2017
A Paixão
A paixão é uma mistura de cores
Pintura com óleos
Leitura à tarde
Luz que nos enche olhos
Corpos que se cruzam
Em espaços macios
Abraços quentes
Que preenchem vazios.
Tela que reproduz
A felicidade da alma
Livro que conta
Sentimentos que nos acalma
Cegueira que ignora
A tempestade que existe lá fora
Pincel que recolhe o brilho do sol
Felicidade que não quer ir embora.
Carly
sábado, 10 de dezembro de 2016
NATUREZA
Natureza é o que vemos
a ceara do campo que o vento faz ondular
a areia que o mar vem beijar
o trovão que no céu se faz soar
a sabedoria dos animais sem escola para os ensinar
a harmonia das cores sem pintor para as pintar
a abelha que numa flor vem pousar
o vento que só se deixa sentir e escutar
ainda não tenho arte para declamar
como tão importante é para nos ensinar
todo o que tem para nos mostrar
A natureza é o que vemos!
Poema de Carly
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