terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ALMA FEITA DE SONHOS





Menino de alma feita de sonhos
Que do nada faz fantasia
De um pau fez um cavalo
Que galopava com mestria.

Cavaleiro sem cavalo
Que outros vê cavalgar
Seu cavalo imaginário
Outro de quatro patas tentou desafiar.

O cavalo de quatro patas
Um menino rico no dorso levava
Rindo do menino pobre
Que no seu cavalo de pau o desafiava.

Seu cavalo de pau
O outro não consegui acompanhar
Seu músculos eram mais frágeis
E a aposta acabou por falhar. 

Perdeu a aposta
Ergueu a cabeça não desistiu
Continuo a cavalgar ao lado
Do cavaleiro verdadeiro que viu.

Em cima do seu cavalo
O menino rico troçava
Das voltas que o menino pobre
Com seu cavalo de pau dava.

Quis livra-se daquele menino pobre
Roubando as rédeas de seu cavalo imaginário
Deixando-o solto e desorientado
Num negro e torturador cenário.

Este é o Mundo que criamos
Uma sociedade que os mais fracos não respeita
Um estereótipo social
Que todo aquele que não se encaixa nele rejeita.

A ilusão de ser grande
Origina confusão
Entre os guerreiros de cavalos de pau
Que vivem de ilusão.

Descalços e sujos
 Pedaços de carne viva
Que sobrevivem do lixo
De uma sociedade exclusiva.



Sociedade que não pára
Um segundo para reflectir
Para pensar na maneira errada
Do novo mundo que está a construir.

Tecnologia  evolui…,
Transformando realidade em ilusão
Vivemos num Mundo artificial
Onde tudo é ficção.

Falamos no chat
Com pessoas que não sabemos quem são
A tecnologia é um cavalo sem pau
Que atrofia a imaginação.

Máquinas e medicação
Que nos prolongam a vida
Vida que depois é deixada
Num corredor de hospital despida.

Deixada como dejectos
Onde só as moscas pousam
Restos de matéria humana
Desfio dos olhares que passam.



A agitação frenética que vive
Este cega sociedade
Não pára um segundo
Para encarar a verdade.

Depois envelhece
 Apercebe-se da realidade
Mas é tarde demais
Para voltar à mocidade.

À memória vem
O menino do cavalo de pau
Que no seu imaginário
Vivia num mundo que não era mau.

Num mundo onde todos se conheciam
Vizinhos eram como irmãos
A chuva que regava os campos
Que eram cultivados pelas mãos.

Ninguém precisava de hospitais
Nem de segurança social
Pais cuidavam dos filhos
que com os velhinhos faziam igual.


Estradas eram caminhos
Que pés percorriam
Transportes eram carroças
Que o mundo não poluíam.

Computador era uma pena
Que muitas histórias contava
Num papel cruzeiro
Que noticias de longe dava.

Era tudo manual
Deste a máquina ao animal
Agora tudo é comandado
Por um qualquer mecanismo virtual.

Saudades do cavalo de pau
Que tantas corridas fazia
Porque a pureza da alma
Num mundo honesto vivia.

Poema de Carly

NÃO DESISTAS DE TI

  Se o dia parece que não termina E a escuridão da noite invade tua alma Deixando a sensação de que já nada interessa Não desesper...